Este é um pedido de socorro a todos que se perderam. A manhã de quinta-feira estava fria e cinzenta, as grandes nuvens que se estendiam ao horizonte indicava que a chuva não tardaria a surgir, pego o que seria minha unica bagagem e saio porta a fora sem ao menos olhar para trás, sem essa de ultima olhada, eu conhecia cada pedaço que havia ali dentro, cada móvel, cada canto, cada azulejo, cada risco no assoalho envelhecido do tempo. Olho o relógio e percebo que estou atrasada. De novo. Tranco tudo rapidamente e corro para o táxi impaciente que me espera na entrada do prédio, lhe dou todas as informações necessárias e nos distanciamos daquele lugar que um dia fora minha casa, mas que hoje completa mais uma pagina no caderno do passado. Não quero nem pensar o que vão fazer quando descobrirem que fui embora.
A ferrovia esta lotada de pessoas, gente de todos os lugares eu diria, depois de comprar meu bilhete procuro um lugar calmo para me sentar. E pra ser sincera era impossível naquele momento. Não havia bancos livres. Encontro então um lugarzinho no chão, perto da plataforma 10, sozinho pedindo companhia, coloco minha pequena mala no canto e me sento, adoraria poder esticar minhas pernas e viajar em pensamentos, mas, na movimentação que esta, é bem capaz de alguém tropeçar em mim, opto então por manter as pernas cruzadas. Mas era quase impossível não se perder em pensamentos, em não pensar o porque eu tinha tomado aquela decisão extrema. O real é que eu estava perdida, não perdida do tipo não sei como voltar para casa, ou como fui parar naquele bairro estranho, mas perdida de mim.
Nada era a mesma coisa já havia um tempo, tudo caíra na monotonia o que me fazia pensar constantemente se era aquilo que eu queria, se estava fazendo a coisa certa, ou se simplesmente havia me deixado acomodar com a situação. É um fato até engraçado, devo dizer, foram tantos anos na mesmice que fazia tudo no automático, era como se não fosse eu, no fim decidi que deveria fazer algo em relação a essa situação e cá estou, sentada no chão de uma ferrovia esperando um trem para um lugar qualquer. Esperando minha chance de tentar de novo, de recomeçar.
Minha família irá surtar. Tenho certeza disso, não avisei a ninguém onde vou e porque vou. Não tinha porque avisar. Não existia motivos. Eu precisa buscar algo que me faltava, algo que havia se perdido. Já fui tantas pessoas, que me perdi no que restou, nos cacos que um passado qualquer mais recente do que eu gostaria que fosse. Meu trem chega a estação. Esta na hora de seguir em frente. De me resgatar. De me salvar. Levanto-me pego o que seria minha unica bagagem e sigo rumo a ele, sem olhar parar trás, eu sabia que se olhasse me perderia de novo. O trem sai da estação e a chuva que ameaçava mais cedo caiu, eu permaneci ali olhando para o horizonte, sem pensar em nada, apenas olhando.
Esse é um pedido de socorro do coração a todos os que se perderam de si, não se deixem enganar e levar, você faz sua própria historia, você é dono de si, seja forte, pois ainda há esperança, levante-se e siga para o horizonte. Salve-se de si mesmo.
A ferrovia esta lotada de pessoas, gente de todos os lugares eu diria, depois de comprar meu bilhete procuro um lugar calmo para me sentar. E pra ser sincera era impossível naquele momento. Não havia bancos livres. Encontro então um lugarzinho no chão, perto da plataforma 10, sozinho pedindo companhia, coloco minha pequena mala no canto e me sento, adoraria poder esticar minhas pernas e viajar em pensamentos, mas, na movimentação que esta, é bem capaz de alguém tropeçar em mim, opto então por manter as pernas cruzadas. Mas era quase impossível não se perder em pensamentos, em não pensar o porque eu tinha tomado aquela decisão extrema. O real é que eu estava perdida, não perdida do tipo não sei como voltar para casa, ou como fui parar naquele bairro estranho, mas perdida de mim.
Nada era a mesma coisa já havia um tempo, tudo caíra na monotonia o que me fazia pensar constantemente se era aquilo que eu queria, se estava fazendo a coisa certa, ou se simplesmente havia me deixado acomodar com a situação. É um fato até engraçado, devo dizer, foram tantos anos na mesmice que fazia tudo no automático, era como se não fosse eu, no fim decidi que deveria fazer algo em relação a essa situação e cá estou, sentada no chão de uma ferrovia esperando um trem para um lugar qualquer. Esperando minha chance de tentar de novo, de recomeçar.
Minha família irá surtar. Tenho certeza disso, não avisei a ninguém onde vou e porque vou. Não tinha porque avisar. Não existia motivos. Eu precisa buscar algo que me faltava, algo que havia se perdido. Já fui tantas pessoas, que me perdi no que restou, nos cacos que um passado qualquer mais recente do que eu gostaria que fosse. Meu trem chega a estação. Esta na hora de seguir em frente. De me resgatar. De me salvar. Levanto-me pego o que seria minha unica bagagem e sigo rumo a ele, sem olhar parar trás, eu sabia que se olhasse me perderia de novo. O trem sai da estação e a chuva que ameaçava mais cedo caiu, eu permaneci ali olhando para o horizonte, sem pensar em nada, apenas olhando.
Esse é um pedido de socorro do coração a todos os que se perderam de si, não se deixem enganar e levar, você faz sua própria historia, você é dono de si, seja forte, pois ainda há esperança, levante-se e siga para o horizonte. Salve-se de si mesmo.
5 Comentários
Sei lá, eu nunca teria coragem de largar tudo e viajar sem rumo. Esse lance de liberdade é bem difícil pra mim...
ResponderExcluirO último parágrafo pesou bastante.
Estranho desistir de tudo isso e la só seguir o fluxo mas algumas partes do seu texto infelizmente ficar com algumas coisas na minha vida
ResponderExcluirUm verdadeiro pedido de Socorro!
ResponderExcluirAs bate aquela aflição que dá vontade de largar tudo e fugimos pra bem longe ....
Olá!
ResponderExcluirEu sempre tive essa vontade de larga tudo e ir embora para alguma lugar distante, procura a pensar em tudo. Esse texto realmente uma forma de pedir socorro por tudo. Gostei muito! Está de parabéns!
Meu blog:
Tempos Literários
Luciana!
ResponderExcluirJá tive uma fase desse tipo há muuuuuuuuitos anos atrás em minha vida e me vi refletida em seu conto.
Relembrei de momentos perdidos na vida que não sabia o que fazer e só queria sumir... ainda bem que passou e agora ficam apenas as lembrança.
Um Novo Ano repleto de realizações!!
“Para ganhar um ano novo que mereça este nome, você, meu caro, tem de merecê-lo, tem de fazê-lo de novo, eu sei que não é fácil, mas tente, experimente, consciente. É dentro de você que o Ano Novo cochila e espera desde sempre.” (Carlos Drummond de Andrade)
cheirinhos
Rudy