Papillon, 2018.

By Juliana Rovere - 08:50

Em tempos sombrios, resolvi trazer a resenha desse filme que assisti há algumas semanas. Vai que daqui uns meses eu não possa falar. "Papillon" conta a história de Henri Charrière, mais conhecido pelo nome que dá origem ao filme e que em português significa borboleta.



Data de lançamento: 4 de outubro de 2018 (1h 57min)
Direção: Michael Noer
Elenco: Charlie Hunnam, Rami Malek, Eve Hewson mais
Gêneros: Aventura, Drama
Nacionalidade: EUA
Sinopse: Henri Charrière (Charlie Hunnam), chamado de Papillon, pequeno bandido do subúrbio de Paris da década de 30, é condenado à prisão perpétua por um crime que não cometeu. Enviado para a Ilha do Diabo, na Guiana Francesa, ele conhece Louis Dega (Rami Malek), homem que Papillon promete ajudar em troca de auxílio para escapar da prisão.

O filme é um remake de 1974, ano em que, aqui no Brasil acontecia a ditadura, uma bela forma de manifestação contida. Já agora, em 2018, muitas coisas já mudaram, mas o tempo sombrio que parece estar para chegar traz uma certa pontualidade a obra. O que percebi nas pesquisas (não assisti ao filme dos anos 70) é que as cenas de 2018 estão mais limpas, a solitária mais bem apresentável, o sangue menos escorrido. O enfoque é a obsessão de escape do protagonista e sua amizade formada com o frágil Dega. Foi uma escolha do diretor, mas ainda sim, para mim, Papillon de 2018 impacta.

Imagem relacionada

O filme começa com a prisão de Papillon, injustamente. Ele é condenado a prisão perpétua na Ilha do Diabo. Decidido a escapar, ele oferece proteção a Dega, em troca de dinheiro. Inicialmente, o falsário acreditava que seria solto em breve e recusa, mas com o passar do tempo e vendo como ocorriam as coisas na prisão, Dega aceita a proteção e logo depois, deseja ser incluído no plano. Acontece que algumas coisas vão acontecendo, Papillon passa 2 anos em uma solitária e logo depois a história se redireciona. Há muita brutalidade na forma como o "trabalho" é conduzido lá dentro. As condições sub-humanas em que vivem os presos, as mortes que ocorrem quando matam algum guarda, vai dando uma certa claustrofobia, como se nós (os espectadores) tivéssemos perdido nossa liberdade também. E por esse motivo, compramos e desejamos a luta do protagonista.


O que mais impressiona é a capacidade física e mental que Papillon vai adquirindo, a sua loucura ou a falta dela, que não o faz desistir. O destino dos dois personagens também é curioso, a aceitação do que ambos querem. Devo dizer que a amizade foi bem construída, a fotografia do filme é ótima e as cenas de perseguição também. Gostei muito da atuação dos atores, da entrega que tiveram. Rami já vem mostrando que tem um talento ímpar, nessa produção só ficou mais claro ainda.



Recomendo o filme, para análise, avaliação do quão importante é a liberdade e acima de tudo, o que significa tortura. Não vou contar mais, para não estragar a surpresa. Ah, os filmes são baseados em uma autobiografia escrita por Henri Charriére em 1960, porém sua autoria é contestada, alguns dizem que ele foi um impostor de René Belbenoit, que viveu e escreveu experiência na ilha do Diabo e que acabou por morrer pobre e destruído pela bebida. Se é verdade eu não sei, mas de qualquer forma, a história existiu e só de pensar que um homem passou por tudo isso e sobreviveu para contar, já é fascinante de qualquer maneira.


Besos!

  • Share:

You Might Also Like

8 Comentários

  1. Bem..rs eu sou uma idosa que assistiu a primeira versão deste filme com Dustin, algumas vezes!rs
    E adoro.
    Por isso quando o longa ganhou essa nova roupagem, fiquei toda entusiasmada para assistir, mas até o dito momento, não consegui ir ver :/
    Mas adorei os protagonistas e sim, há esse fator da troca de pessoas fora da prisão, onde se contesta a verdade até hoje!!!
    Verei em breve(tenho fé)
    Beijo

    ResponderExcluir
  2. É difícil eu assistir filmes com esse gênero, mais esse eu tenho vontade de ver. Ouvir varias coisas positivas sobre o filme, mas não sabia que ele era um remake.

    Estava procurando alguma coisa pra assistir hoje e essa é uma ótima oportunidade pra ver ele.

    ResponderExcluir
  3. Oi! Eu vi muitas resenhas positivas sobre esse filme. Eu gostei desse ator desde que ele fez o ultimo filme da Saga Crepusculo. Confesso que não conhecia essa história. Imagino o quanto deve ter sido impactando para as pessoas que viveram a ditadura terem assistido um filme que lembra muito, isso se puderam assistir na época.
    Beijos

    ResponderExcluir
  4. Este comentário foi removido pelo autor.

    ResponderExcluir
  5. Interessante. Confesso que não fazia ideia desse filme, o que é meio injusto da minha parte, haha. Parece incrível. E doloroso. Necessário de ser assistido, irei procurar em breve.

    ResponderExcluir
  6. Alguém já leu o livro? Só vão encontra-lo em sebos, quando acabarem d ler nunca vão querer vender :)

    ResponderExcluir
  7. Juliana!
    Acgho esse filme um dos melhores de todos os tempos.
    Tive oportunidade de assistir a versão mais antiga e é fabuloso e pelo jeito, esse é uma adaptação mais contemporâmea e os artifícios eletrônicos, tornam o cenário belíssimo.
    Desejo um ótimo feriado e final de semana!
    “Para cada minuto que você se aborrece você perde sessenta segundos de felicidade.” (Ralph Waldo Emerson)
    cheirinhos
    Rudy
    TOP COMENTARISTA NOVEMBRO - 5 GANHADORES – BLOG ALEGRIA DE VIVER E AMAR O QUE É BOM!

    ResponderExcluir
  8. Gostei bastante da sua resenha, e de outra que li esses dias.
    Esses filmes sobre políticas e ditaduras são sempre importantíssimos para reflexão. Quem sabe se mais brasileiros tivessem assistido antes não estaríamos passando pelo o que estamos agora, né?
    Vou assistir em breve.
    bjs

    ResponderExcluir