Assunto sério hoje. Já deu para perceber que o Brasil não está esperando a grande Copa do Mundo como os governantes acharam que aconteceria. É inegável que com a chegada do evento, os descasos com as diversas áreas no país ficou mais evidente, já que só se pensava nos gastos para deixar os estádios belos. Lógico que isso já acontecia há muito tempo, e que só usando a #NÃOVAITERCOPA é que as pessoas acordaram (algumas). Não que eu esteja política hoje, mas acho importante se posicionar, afinal, sou brasileira, professora do município do RJ, servidora pública.
Ano passado, com a "Revolta dos 20 centavos", apesar de tudo, me empolguei. Nunca tinha visto algo assim e apesar de estudar nas aulas de História que grandes revoluções aconteceram, vivenciar é muito diferente. Porém, meses se passaram e além de ter aumentado a passagem, o "gigante" voltou a dormir. No fundo, acho que é isso que vai acontecer após a Copa, todos voltam para suas rotinas diárias, para seus empregos e o dia dia atribulado. Espero estar enganada.
Esse ano, não houve nenhuma revolução, mas muitas greves. O curioso é que cada categoria resolveu reivindicar direitos, certos, mas que poderiam fazer todo ano, ou melhor, de cobrarem tanto que não precisariam haver greves (claro, que se pensar em um lugar perfeito, onde todos estejam satisfeitos com o que ganham e com as condições de seus trabalhos, para mim é utópico). O fazem por causa da Copa, por causa dos olhares que estão em cima de nós nesse momento.
Outro dia, no banco assisti a uma cena peculiar: uma senhora, tentava entrar no banco, desesperada, enquanto bradava e batia no único vigilante que foi trabalhar. Ela o xingava e dizia que os vigilantes querem roubar o dinheiro de todos. E o vigilante, coitado, tentando segurar a senhora para que ela não se machucasse. Em nenhum momento o vi a agredindo nem a insultando, apenas refutando que era importante que a categoria entrasse em acordo para que a situação se resolvesse.
Ao ver aquilo, tive uma sensação estranha. Uma sensação de existem os que estão lutando por aí, os que estão badernando fazendo coisas que não concordamos, e os que estão alienados. Alienação essa, que parte principalmente da mídia, que diz o que quer, que mascara números (como foi o caso dos "67 professores" que estavam em greve, sendo que o número era amplamente maior), que manipula e que está trabalhando junto com os que são a favor do "vai ter copa".
O único vigilante no banco, também me fez perceber que para dar a cara a tapa, não é necessário sair e sim ficar também, porque quem fica tem a cara para bater com quem mais importa: a população. Sou professora e por motivos particulares, como a minha formatura, não estou em greve. Mas refuto todos os dias aos pais dos meus alunos a importância do apoio deles, porque no meu caso, além de plano de carreira, queremos melhores condições de trabalho. A Educação Infantil do RJ não é depósito, não adianta me enfiarem cada vez mais crianças em sala, se não me dão uma escola com uma estrutura decente, o trabalho não se pauta em quantidade, e sim em qualidade. Por esse motivo, assim como único vigilante, dou minha cara a tapa todos os dias. E sou a favor de qualquer greve, desde que seja pacífica, porque está mais do que na hora do brasileiro deixar de ser passivo, deixar de ser acomodado.
Claro que com a greve dos que nos oferecem serviços básicos, um certo caos se instala. Mas precisamos nos ajudar. Se não estamos satisfeitos, vamos á luta! Vemos tantos movimentos nos outros países (inclusive, fiz um trabalho sobre o Yo soy 132 , que vale uma postagem) por que não agir aqui também? Os vigilantes, os professores, os policiais, os rodoviários, as categorias da saúde pública e todos que trabalham merecem ter seus direitos respeitados por lei. Aliás, se formos na onda das hashtags "modinhas", poderíamos gritar: #SOMOSTODOSGREVISTAS por que não?
Espero que pensem, blogueiros!
Besoos
8 Comentários
Só espero que não seja algo passageiro e que algo mude, para melhor, no Brasil. Que bom que a população acordou.
ResponderExcluirO problema é que o brasileiro tem memória e, por exemplo, acaba votando em políticos que não prestam, novamente.
Beijinhos
:)
cariocaemportugal.blogspot.com
Exatamente, Érica! Pensei nas eleições, mas não inclui no texto. É bem verdade que o ciclo se repete justamente começando por quem elegemos. Obrigada por comentar, beijos!
ResponderExcluirÉ parece que o Brasil acordou mesmo.
ResponderExcluirÉ muito dinheiro para uma copa que dura um mes.
Acho que não há problemas em organizar uma copa no Brasil, o grande problema é a situação que o país de encontra. Mesmo assim, acho que não devemos desanimar, porque afinal tudo mundo gosta de futebol e dúvido que ninguém vai roer unha vendo o Brasil jogar.
Blog: livrosvamosdevoralos.blogspot.com.br
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Lógico, o problema não é o futebol, ao contrário, faz parte da nossa cultura e devemos desanimar, as questões não vão se dissipar!
ExcluirBeijos e obrigada por comentar Lele!
Realmente Juliana é de se Empolgar com algumas greves e manifestações, mas teria que ser algo para-se de verdade o Rj só assim mudaria alguma coisa. Mas gostei do seu ponto de vista ...
ResponderExcluirÉ Michel, "algo de verdade" é bem difícil, por isso afirmo a importância das manifestações. Elas poderiam ser o início para algo maior!
ExcluirObrigada por comentar <3
Eu nunca gostei muito de política. Depois que comecei a estudar sociologia percebi que sou a pessoa mais ligada em política de uma turma de 30 alunos, todos mais velhos que eu. Viver é ser político. Eu queria ter esperanças de que o Brasil vai mudar, o que é difícil dado as circunstâncias. Eu acredito que é possível haver melhorias, basta irmos a luta. A luta não significa partir para a pancadaria. Significa ter bons argumentos, saber convencer.
ResponderExcluirQuem sabe o gigante não acorda renovado?
Beijos
http://vidasempretoebranco.blogspot.com
Pois é, Lary. Eu acho que se importar ou não com essas questões é uma coisa de "consciência". Mesmo achando que não sou política, tem certas coisas que não consigo ver e não me manifestar,
ExcluirSim, melhorias com lutas,por isso sou a favor das greves sem pancadaria, justas e com muitos argumentos!
Obrigada por comentar, beijos!